sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Cristalino, um paraíso amazônico Parte V


No capítulo anterior, alguém poderia achar que fui contraditório, ao falar sobre fotografia de aves em trilhas.

Mas o Cristalino Eco Lodge disponibiliza trilhas que fogem um pouco à regra amazônica.
Devido à variedade de ambientes(o que também favorece a grande biodiversidade local), podemos encontrar trilhas mais abertas nos 12000 hectares da RPPN.

O "Limão" é um desses lugares(já falamos dele na terceira parte deste relato), tem também a ilha dos bacuraus e a ilha do anambé-preto, mas sem dúvida a trilha que se destaca neste aspecto é a da Serra.

À medida que subimos a "serra"(há um certo exagero, morro seria mais condizente com a modesta elevação) a vegetação se torna mais esparsa, com afloramentos rochosos e árvores de menor porte se comparadas às gigantes da "planície".

Não falta luz, nem passarinhos.
Mas na altura dos olhos como nas torres... muito difícil, só o macuru-de-testa-branca "deu esse mole". 
Aliás, o destaque desta trilha são os curiosos representantes da família dos buconídeos, que, diga-se de passagem, sou fã.


Casal de macurus-de-testa-branca
Graças ao terreno acidentado, ficou à altura dos olhos


E embora as árvores fossem relativamente menores, ainda assim eram altas; o Bruno até fez uma feliz analogia, comparando a vegetação no alto da serra com a da Mata Atlântica, porém, acrescento, sem as epífitas que dão o charme a esta última.
E os buconídeos daquela região são "de copa', então as fotos acabam deixando a desejar... A desejar uma torre ali também.



Rapazinho-estriado-do-leste, a distância impediu um registro à altura de sua excêntrica beleza


Mas a grande atração desta trilha foi o raro rapazinho-carijó.
Particularmente só soube da nobreza do rapaz quando nosso guia neste dia, o canadense Olivier, virou brasileiro.

Explico: encontrei um buconídeo numa árvore seca praticamente acima de nossas cabeças, então pedi para o Olivier que o identificasse pra gente.
Quando o até então comedido guia identificou o bicho... vocês precisavam ver a euforia que tomou conta dele! Chamei os companheiros que ficaram um pouco para trás: "Pessoal, encontrei um bicho que deve ser f.! Precisam ver como o Olivier tá alterado!" Não tem como não rir relembrando este momento.

Eu e o Bruno nos embrenhamos no que parecia ser uma plantação de abacaxi(é meus caros, é a tal da biodiversidade amazônica). Ignoramos os espinhos em busca do melhor ângulo, e o resultado acabou ficando satisfatório:



Rapazinho-carijó, uma das aves favoritas do Oliveira

Mas o show nesta trilha não ficou só por conta dos buconídeos.

Teve mobbing: suiriri nervoso com o benedito.

Já flagrei suiriri atacando bilro, não sei o que eles têm contra pica-paus

E uma família de maitacas:

No momento em que um da família entrava no ninho
Assim mesmo, de ré


Mais abaixo, o Otacílio flagrou esta saída de emergência 



Nosso grupo no mirante da serra, na esperança de encontrar algum rapinante
Mas neste local só registramos os macurus e um anambé-de-coroa muito longe
Foto: Otacílio Tiago

 

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